Google entregou dados ao FBI

<i>WikiLeaks</i> quer explicações

Informado quase três anos após o cumprimento do mandato judicial, o portal fundado por Julian Assange pretende que a Google esclareça cabalmente a entrega às autoridades norte-americanas de conteúdos privados de três dos seus jornalistas associados.

O portal exige saber todos os detalhes sobre os conteúdos entregues ao FBI

Segundo a denúncia feita pelo WikiLeaks no domingo e segunda-feira, dias 25 e 26, a empresa norte-americana de serviços de Internet só notificou Joseph Farrel, Sarah Harrison e Kristinn Hfransson a 23 de Dezembro último. Isto apesar de a ordem de entrega das informações pessoais ao FBI, emitida por um juiz dos EUA, ser de 22 de Março de 2012 com solicitação de cumprimento até 5 de Abril desse ano.

A Google argumenta que esteve sujeita a sigilo e defende-se com o alegado historial de «advogar em favor de nossos utilizadores», mas o portal WikiLeaks exige saber todos os detalhes sobre os conteúdos entregues, com que fundamento a empresa os cedeu e a razão pela qual obedeceu a um suposto segredo de Justiça impedindo que os jornalistas se defendessem da melhor forma.

Ao FBI terão sido facultados pela Google endereços de correio-electrónico e de IP, praticamente todas as mensagens enviadas e recebidas, bem como rascunhos e mensagens eliminadas, fontes e destinos de cada e-mail, datas, horários e duração das conversas, endereços de correio alternativos, números de contas bancárias e de cartões de crédito.

O WikiLeaks está na mira dos EUA desde a publicação, em 2010, de milhares de documentos secretos fornecidos pelo militar norte-americano Bradley Manning, incluindo comunicações entre embaixadas e registos das guerras do Iraque e Afeganistão.

Washington acusa o portal de violar uma lei de espionagem datada de 1917 e a legislação em vigor sobre fraude e abuso informático, normas usadas também contra Edward Snowden, ex-agente dos serviços secretos dos EUA que se refugiou na Rússia com um número indeterminado de ficheiros confidenciais.

O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, encontra-se exilado desde Junho de 2012 na representação diplomática do Equador em Londres, depois de ter perdido uma batalha judicial contra a sua extradição para a Suécia, cujas autoridades o acusam de assédio sexual. Assange nega o crime e considera que a extradição para a Suécia seria um passo intermédio para a sua entrega aos EUA, onde teme não ter direito a um julgamento justo e imparcial.

 



Mais artigos de: Internacional

Nazifascismo nunca mais

Assinalou-se anteontem, 27, os 70 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz-Birkenau pelo Exército Vermelho da URSS.

Combates em toda a linha

As autoridades antigolpistas do Donbass respondem à intensificação da campanha militar de Kiev com uma contra-ofensiva destinada a repelir o assédio de Kiev no Leste do país.

XIV Congresso do PAICV

Sob o lema «Rumo Ao Futuro – Cabo Verde Nosso Compromisso» realizou-se no passado fim-de-semana na Cidade da Praia o XIV Congresso do PAICV. Durante dois dias, os cerca de quinhentos delegados ao Congresso discutiram as linhas de orientação para responder aos problemas e desafios do...

Terceiro mandato<br>de Morales na Bolívia

Evo Morales foi de novo empossado na chefia do Estado plurinacional da Bolívia. O actual mandato do presidente termina em 2020 e decorre da vitória eleitoral alcançada por Morales e pelo Movimento para o Socialismo em Outubro do ano passado, quando obtiveram mais de 61 por cento dos votos e triunfos...

Frelimo continua<br>a trabalhar pela paz

Em Moçambique, a Frelimo prossegue a luta pela paz e por mais desenvolvimento e procura ultrapassar obstáculos que ameaçam a tranquilidade no país. O vencedor das eleições presidenciais de 15 de Outubro, Filipe Nyusi, candidato da Frelimo, foi...

Sanções com bumerangue

Tudo indica que os EUA nada aprenderam com as experiências desastrosas na Líbia, no Iraque e no Afeganistão, só para mencionar algumas «aventuras» recentes, e parecem apostar num conflito com a Rússia e de passagem arrastar a UE para o mesmo. Contudo, a Rússia de hoje...